sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Futuro para quantos?

A escassez da água deve atingir 1 bilhão de pessoas em 2050

Por Andréa Garbim

Acompanhando o módulo sobre Sustentabilidade do curso de Pós Graduação do Mackenzie, abri minha cabeça para vários tipos de discussão sobre o futuro do planeta com a escassez da água, a falta de consciência sustentável das pessoas e o que isso nos trará em um breve futuro.

Muito se fala sobre o assunto, mas pouco está sendo feito em vista dos problemas que temos para resolver em poucos anos. Eu diria até que: temos motivos e provas reais de sobra para acreditar que, na verdade, nada está sendo feito para salvarmos o planeta. Se cada uma das 7 bilhões de pessoas do planeta tivessem ao menos três atitudes sustentáveis por dia, teríamos então um cenário de esperança. Esse foi um pensamento que me ocorreu durante uma aula, mas que seria interessante pensar nos resultados.

Para termos uma ideia, estima-se que a população mundial gasta apenas 6% da água, enquanto a indústria 23% e o setor agrícola, 71%. O Brasil por sua vez, é considerado privilegiado, pois detém 53% do manancial de água doce disponível na América do Sul (que significa 12% da água doce do mundo), e possui o maior rio do planeta: o Amazonas. Mas isso não nos livra de futuros conflitos, quando o problema for a escassez da água. Estudos apontam que já há sinais de tensão no Oriente Médio e África.

Diante de um contexto grave como esse em que vivemos, o que podemos afirmar é que: a população mundial depende de uma mudança drástica de hábitos e precisa se enquadrar em uma série de condutas a serem (ainda) implementadas em comum acordo com o setor agrícola, indústrias, governos e sociedade - isso está cada vez mais claro para quem minimamente discute o tema e prevê a situação do mundo daqui a 38 anos – até lá seremos 9 bilhões.

Uma realidade que entristece, preocupa e desespera, pois à medida que não se investe em programas de sustentabilidade sérios e competentes, as alterações climáticas (que prejudicam os padrões da intensidade das chuvas), vão acentuar cada vez mais a escassez da água, e aí será inevitável a degradação ou destruição completa da água doce na Terra e dos ecossistemas costeiros que são vitais para o ser humano.

Contar somente com as atitudes da população (mundial) seria significante, mas não o bastante. Algo grandioso, extremamente relevante e impactante deve ser criado imediatamente, para que se possa cogitar a possibilidade de existir um “futuro” para todos em nosso planeta Terra – que ainda é o planeta água, só não sabemos até quando ou para quantos ainda será.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Multa de trânsito vai deixar "nome sujo" em São Paulo

Prefeitura pode protestar em cartório débitos não pagos entre 2006 e 2009

Inadimplentes também não poderão receber dinheiro do município; medidas atingem cerca de 690 mil devedores

Além da multa para pagar e do risco de ter o veículo apreendido, o "nome sujo" na praça e a ameaça de ação judicial: é nessa condição que cerca de 690 mil inadimplentes ficarão enquadrados na cidade de São Paulo. Isso porque a gestão Gilberto Kassab adotou duas medidas para apertar o cerco contra pessoas e empresas que não pagaram em torno de 2 milhões de multas de trânsito de 2006 a 2009 -cerca de 10% do total aplicado.

Hoje, o principal risco para quem não paga a multa é ter o seu veículo apreendido. Agora, o devedor irá enfrentar novas ameaças. Uma delas é o protesto em cartório, o que faz com que ele passe a ter restrições de crédito em bancos ou em lojas.

Isso será possível após a inscrição da multa na dívida ativa do município, medida que abre caminho ainda para a cobrança judicial e para atualizar o valor do débito.

O nome do devedor também irá para o Cadin (cadastro de inadimplentes). Com isso, ele vai sofrer outras restrições, como não poder receber dinheiro da prefeitura. Empresas, por exemplo, ficam impedidas de participar das licitações. Já pessoas físicas não podem usar os créditos da Nota Fiscal Paulistana, que será criada este ano.

O valor dos débitos chega a R$ 450 milhões, suficiente para a prefeitura implantar dois de seus maiores projetos viários: o túnel da r. Sena Madureira à av. Ricardo Jafet (Vila Mariana) e a ligação das avenidas Eng. Caetano Álvares e Cruzeiro do Sul (Santana).

"O objetivo principal é regularizar a situação dos veículos", diz o coronel Valter de Oliveira, diretor do DSV (Departamento do Sistema Viário). As medidas entraram em vigor no último dia 2. Após notificação, os devedores terão 30 dias para defesa.

FISCALIZAÇÃO

Para José Almeida Sobrinho, professor de trânsito na Academia da Polícia Civil de SP, falta fiscalização. "Isso só acabará quando se fizer blitze com a assiduidade que o volume do problema exige." Para Maurício Januzzi Santos, presidente da Comissão de Assistência Judiciária da OAB-SP, embora legais, as medidas são um "equívoco".

"O poder público tem outras formas de fazer a cobrança que não seja expondo a pessoa ao constrangimento."

Já para o advogado Marcos Pantaleão, a prefeitura acerta ao apertar o cerco, pois as multas prescrevem em cinco anos. "O prefeito pode até ser processado por improbidade, por não ter tomado as providências cabíveis", diz.

Fonte: Folha de S.Paulo